Eram amigos.
Muito amigos, ao ponto de uma cumplicidade intensa. Só não se entendiam
completamente através de olhares porque a confusão pairava no ar. Às vezes, a
dúvida do algo mais que amizade invadia a cabeça de ambos e causava uma
insegurança muitas vezes irracional. Também havia os momentos de distração,
àqueles em que alvoreciam os sonhos, pensamentos íntimos, duvidosos, felizes...
O mundo para onde os dois viajavam e vagavam juntos sem perceber. Então,
costumavam observar, secretamente, um ao outro, tentando ler as entrelinhas.
Mas só o que conseguiam ver, era o quanto a companhia do outro lhes fazia
bem. Um dia, porém, um deles deixou escapar, assim sem querer, talvez até querendo
mesmo, por onde costumava passar. E foi o suficiente para que o outro despertasse
e sintonizasse no mesmo sinal. As coisas começavam a fazer sentido. As peças se
encaixavam perfeitamente, sobrando apenas o mistério de uma última dúvida,
a qual era visivelmente desvendada, pouco a pouco, pelo modo lisonjeiro com que se olhavam e se
sorriam...
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