domingo, 28 de outubro de 2012

Mais uma coisa


Tenho um turbilhão de coisas pra te dizer agora mesmo, mas me encontrei perdida entre as palavras. Sério, olho nos teus olhos e todas as coisas que pensei em fazer simplesmente se vão, então eu pareço uma menininha com sonhos frustrados que desmancha em teus abraços e espera a hora certa para fazer o que sempre quis. Cada minuto longe de ti me parece um milênio, isso é estranho, vicioso e às vezes dá medo. Eu só quero estar ao teu lado mesmo que eu não tenha nada a dizer e quando vou dormir sempre acabo desejando que você leia minhas entrelinhas e encontre as fórmulas para os meus inúmeros olhares. Cada um deles tem uma parte tua, cada parte tua tem um pedaço meu. 

sábado, 20 de outubro de 2012

Juntas e Separadas

Eu não sabia como começar esse texto, eu simplesmente estava chorando e esperando que as palavras aparecessem, em vez disso eu descobri que elas nem sempre são de tristeza, dor, ou alegria. Elas podem ser simplesmente um misto de coisas que você não sabe o que são. Eu sinto muito por ter te deixado ir embora. Eu cortei aquele nosso laço eterno por orgulho e pretensão, sempre achei que voltaria, mas agora que sei o quanto eu não fiz, sei também que apaguei seu caminho de volta. Eu estava lembrando aquelas nossas conversas malucas, dos micos que pagamos na rua, e daquele grito que você me fez dar quando eu estava com tudo entalado aqui dentro. Bateu saudade. Bateu vontade de me bater por eu ter simplesmente fechado os olhos e te deixado ir. Hoje eu sei que existem amigas e irmãs, hoje eu sei que somos duas irmãs órfãs. É tarde, mas eu vou gritar mesmo assim “juntas, mesmo separadas” é o que sempre dizíamos as três. Eu vou gritar até que escutem.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Isso mesmo que você está pensando


Eram amigos. Muito amigos, ao ponto de uma cumplicidade intensa. Só não se entendiam completamente através de olhares porque a confusão pairava no ar. Às vezes, a dúvida do algo mais que amizade invadia a cabeça de ambos e causava uma insegurança muitas vezes irracional. Também havia os momentos de distração, àqueles em que alvoreciam os sonhos, pensamentos íntimos, duvidosos, felizes... O mundo para onde os dois viajavam e vagavam juntos sem perceber. Então, costumavam observar, secretamente, um ao outro, tentando ler as entrelinhas. Mas só o que conseguiam ver, era o quanto a companhia do outro lhes fazia bem. Um dia, porém, um deles deixou escapar, assim sem querer, talvez até querendo mesmo, por onde costumava passar. E foi o suficiente para que o outro despertasse e sintonizasse no mesmo sinal. As coisas começavam a fazer sentido. As peças se encaixavam perfeitamente, sobrando apenas o mistério de uma última dúvida, a qual era visivelmente desvendada, pouco a pouco, pelo modo lisonjeiro com que se olhavam e se sorriam...





segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sabe?


Você iria me achar muito boba se eu disser que não consigo dormir? Que eu me perco do nada pensando em você, e às vezes nem sei disso? Aquela música não sai da minha cabeça e eu não me canso se cantar ela. Não, não é a que você me mostrou. É a que eu deveria te mostrar, mas não deu tempo. Olha, eu não sei se você sabe, mas eu não sou muito boa em falar coisas. Eu prefiro escreve-las, prefiro que você somente as perceba, sabe? Seria bom saber. Por que talvez eu simplesmente não fale nada, talvez eu não te olhe e te evite o tempo todo, mas quando isso acontecer saiba que é somente por eu não saber o que fazer, ou o que falar. Por mim, você estaria comigo o tempo todo, de certa forma até está. Me faz bem, sabe? Seria bom saber. Eu quero que você saiba. Eu só não sei dizer.

Não há mais o que dizer depois disso.

Adele- You and Only

domingo, 14 de outubro de 2012

Uma última vez



Era um sábado. As luzes da cidade haviam começado a ascender. Ela pegou a pá do quintal, uma caixa que costumava guardar embaixo da cama, a lanterna e saiu de casa. Foi pra um lugar esquisitinho que ficava no meio da cidade. Não havia muita coisa lá, só árvores e mato. Teve um pouco de medo de entrar ali, mas mesmo assim o fez. Não iria gastar meia hora de viajem em vão. Tratou de andar em direção àquela árvore grande que ficava perto da ponte com a lanterna na mão e um frio imenso. Cada passo que ela dava significava algo que estava deixando para trás, não era só da estrada que ela se afastava. Era de toda uma história. Tudo ali tinha uma história. O som do riacho, o canto tranquilo do pássaro, as folhas douradas que caiam no chão. Tudo lhe dizia alguma coisa. Só que ela não iria parar, estava mesmo decidida a isso. 
Não demorou a encontrar o que estava procurando, a árvore grande e larga que tinha dois nomes marcados, e as lagrimas caíram. Fazia tempo que ela não via aquelas marcas. Fazia tempo que ela não via nem ouvia aquele nome. Forçou-se a olhar pro outro lado e encher-se de coragem. Não podia parar, não agora. Segurou firme a pá e começou a cavar um buraco ao pé da árvore. Cada pouquinho de terra que ela conseguia tirar era um pedaço seu que ia embora, uma lágrima que caia, uma lembrança que retornava. E ela precisava cavar mais fundo. Cavou. Pegou a caixa de metal, sentou ali mesmo e ficou parada. Ela não conseguia se mexer. Não conseguia encarar a árvore. Não conseguia não lembrar. Então abriu a caixa. Só mais aquela vez. Só mais essa.
Todas as cartas estavam ali, endereçadas, com selos e cartões postais. Todas as fotos, os presentes, as letras de música, a corda do violão dele que ela havia estourado, a última mensagem de voz. Estava tudo ali. E tudo gritava uma lembrança. E como doía. Como tudo isso sangrava em seu peito. Ela leu cada carta que terminava com “eu te amo”, ouviu sua voz pela ultima vez, acrescentou na caixa o anel que ele a havia dado e fechou a caixa. Colocou-a dentro do “pequeno túmulo” e jogou a terra por cima. Era a última vez.

Já era



Já era! - Acordei pensando nisso hoje de manhã. Não foi uma decisão minha, eu nunca teria coragem de tomá-la. É só que eu acordei assim, com esse sentimento de que eu e você não existimos mais. E é triste enterrar você assim dentro de mim, mas parece mesmo que acabou. Nossa chance passou.
Eu ainda adoro cada traço do seu rosto, cada ideia boba da sua cabeça, cada sorriso seu e aqueles seus olhares confusos, sorridentes, que você sempre me dá. Adoro o seu cabelo estranho e o jeito engraçado que você anda... E não sei bem explicar, acredito que eu nunca soube, mas eu acho que finalmente entendi. Você nunca foi meu realmente, não é? Todas essas coisas fui eu que inventei, certamente. Eu que via coisas onde nada existia e deve ser por isso que inúmeras vezes você me acusou de ser tão criativa. E vai ver que por isso eu sempre preferi qualquer mundo paralelo a realidade, porque tudo sempre faz sentido lá. Mas uma hora a gente põe o pé no chão...
E pensando bem, não sei o que aconteceu, nada faz sentido. Isso é um mistério, você ainda é um mistério pra mim. A gente sempre falou línguas totalmente diferentes e até que era divertido, mas ficou frustrante. Talvez, por algum motivo, a gente não quisesse encontrar a resposta... Eu confesso que nunca tive coragem mesmo de dizer, eu preferiria que você percebesse, mas acho que não era do seu interesse.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

- Padrão? ...Não!!



Eu sei, eu ando tropeçando por aí, você sabe disso melhor que ninguém. Eu quase nunca falo o que penso e, na maioria das vezes prefiro ficar calada a falar qualquer coisa complicada. Eu sou assim mesmo. Não tenho nada de diferente, mas também não dou a mínima para parecer igual. Ser igual é chato e entediante. Sejamos esquisitos e felizes! Porque no fim, somos todos iguais, mas cada um tem sua marca e é isso que diferencia você desses fantoches que seguem seus "padrões". Padrão não é personalidade. Personalidade não é ter a roupa da moda, nem ser a garota "it" da estação. É ser o que você fala, é viver o que pensa, ser quem você acredita, reconhecer erros, manter firme quem você é. Sinto muito se não sou assim, do seu jeito. Exponha seus argumentos de maneira coerente e, se seus fundamentos me convencerem eu mudarei sorrindo. Não ligo se eu for um pinguinho de cor nesse universo preto e branco. Já vale a pena ser eu.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Velha e Louca- Mallu Magalhães

(...)Pode falar que eu nem ligo,
Agora eu sigo
O meu nariz,
Respiro fundo e canto
Mesmo que um tanto rouca.

Pode falar, não me importa
O que tenho de torta
Eu tenho de feliz,
Eu vou cambaleando
De perna bamba e solta(...)


http://www.vagalume.com.br/mallu-magalhaes/velha-e-louca.html#ixzz28sztmFxi

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Precisava te dizer


Você sabe, eu nunca fui muito a favor do tempo. Aqui estou, mais uma vez, querendo mudar as regras. Tenho pouco tempo, mas só queria te dizer que agora eu sinto aquelas borboletas, lembra delas? Estão de volta. Eu só espero que isso seja bom. Sinto um pontinha de medo, daqueles que ficam martelando na sua cabeça por mais que você os mande embora. Mas isso deve ser por tudo que eu já passei. No momento, é você a razão dos meus sorrisos, mas eu ainda preciso saber se sou a dos seus, só aí eu poderei andar sem medo de cair, quando eu tiver certeza de que tudo isso é real. Enquanto isso, eu vou andando devagarinho, ok? Ah! se eu cambalear, ponha-me em sua direção. Eu saberei o que fazer.