domingo, 23 de setembro de 2012

Metamorfose Ambulante


Eu gosto de coisas que se mostram de dentro pra fora.
Coisas que tem alma.
Aquelas que te despertam sentimentos intensos sem muito esforço.
Gosto de olhares sorridentes,
de abraços sinceros e também das coisas estranhas,
pois a incoerência destas me encanta.
Deslumbro-me com o inexplicável,
Com o inesperado,
Com o contraditório.
Adoro os desafios,
os mistérios
e olhares surpresos.
Gosto do diferente,
Do intenso
E sem dúvida do polêmico.
Fico atraída pela desenvoltura dos jogos de palavras,
e pela linha tênue entre loucura e genialidade,
Fascino-me com o silêncio dos quietos
E os rompantes intrépidos.
Busco experimentar, perceber...
Admiro as teimosias fundamentadas,
A criatividade complexa
E a ingenuidade pueril.
Outra coisa que me deixa abismada
É conseguir explicar com duas simples palavras
A bagunça que existe dentro de mim:
Sei lá...







sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Tempos Esdrúxulos


Desiste não. Desiste não, de mim. Tudo o que te falei era verdade. É só que eu ando perdida, por aí. Meti-me em um lugar que eu não conheço e não sei como voltar. Mas eu vou me encontrar, prometo. Então me espera, por favor. Eu sei que está tudo estranho e que parece não ter volta, mas eu não quero te deixar. Não imagino minha vida sem você. Então, tem paciência, que assim que eu descobrir qual dos caminhos escolher, eu venho te buscar!


#precisodeumtempo

Sei Lá


Depois daquilo que soube de ti, algo se fechou dentro de mim. Passei um tempo meio anestesiada, meio seca, meio ferida... E notei que comecei a te olhar de outras formas, contrárias às anteriores. Eu não o admirava mais, só te olhava e tanto faz. Cheguei até a acreditar que havia te esquecido. Então duvidei se algum dia eu tinha mesmo gostado de você, porque parecia muito fácil não sofrer por uma coisa que tantas vezes havia sido tão dolorosa. Eu escondi de mim mesma, muito bem, por sinal, mas lá no fundo já sabia. A verdade é que eu estava me escondendo atrás de ilusões, o fazia porque seria mais fácil fugir a ter que tomar uma decisão definitiva. Segurei-me nisso e nos tornamos amigos, apenas. Entretanto, você veio se chegando devagarinho. Veio me podando e um degelo teve início. Minha mentira começava a ter fim. De repente eu imergia novamente naqueles pensamentos bobos. Sonhos, suspiros...  Aqueles que eu dava por você. E então, as piadas ficaram mais engraçadas, as cores mais vivas e eu me via novamente decifrando sinais. Foi então que me redescobri: Eu ainda gostava de você.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

E quando eu finalmente me concentro em algo que não seja suas doçuras, me vem um achado desses no livro de literatura:

"Se se morre de amor

Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração - abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz
d'extremos,
D'altas virtudes, té capaz de crimes!
Compreender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D'aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes:
Isso é amor, e desse amor se morre!

DIAS, Gonçalves. Antologia Poética."

Ai, ai... o romantismo... u.u

=D


Mas o que me mata mesmo é esse teu olhar. A única coisa que entre muitas do mundo, consegue me transformar em grão de areia.

=/ 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Conto Adolescente


Não sabia mais o que dizer ou o que fazer... Havia alguns minutos que estava sentada, a encarar o papel. Embarcou na esperança infrutífera de conseguir traduzir o pandemônio de ideias que lhe invadiam a mente, mas todas as palavras pareciam demasiadamente pérfidas. Ela havia descoberto um novo lugar dentro de si, onde divagava, temendo explorar, porém suspeitava o que iria encontrar, talvez, lá no fundo, até já soubesse. E tudo fluiu, quando flagrou-se novamente pensando nele e se permitiu. Procurava as palavras certas a lhe dizer, tinha a necessidade de explicar coisas que nem ela mesma entendia completamente. Tudo aconteceu tão rápido e quando se deu conta, seu coração já era dele. Também queria se desculpar por coisas que, na verdade, ela nem tinha feito e esse era o problema. Precisava que ele entendesse que foi necessário e que também havia doído muito nela não poder estar no momento que era preciso. Ela se encontrava em um labirinto e qualquer passo mal pensado poderia não ter mais volta. Havia decidido limitar-se a olhar de longe, observá-lo, gesto à gesto, pois assim parecia melhor. Porém quando viu tristeza nele, ela cedeu e inventou um pretexto qualquer para aproximação. Ele foi frio e seu coração desabou. Ela recolheu seus cacos e se retirou, entendia perfeitamente sua rejeição e respeitaria. Agora só esperava uma brecha, um sinal qualquer de aceitação... Respirou fundo. Observou o vazio na folha, pegou a caneta e concluiu: Desculpa, meu amor!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A metáfora do labirinto



Havia, numa salinha vazia, uma porta, ao lado desta porta estava um menino que com o girar da maçaneta a manteve aberta. Uma menina observava de longe, meio desnorteada não entendia nada daquilo, mas se percebia que não era comum o que estava ali dentro. Alguns passos mais perto e vislumbres lhe disseram que aquilo seria uma espécie de labirinto. O olhar do menino a chamava para perto, era quase impossível parar, sentia algo como frenesi e hipnose. Agora a distância praticamente não existia. Ela estava a um passo de passar pela porta, sabia que ao entrar não haveria mais volta e que teria que encontrar a saída por conta própria. As inúmeras placas de advertência, colocadas pelo próprio garoto, foram lidas, o risco do próximo passo era totalmente calculável, mas o prêmio para quem conseguisse sair dali era o coração do menino gracioso, e ela seguiu em frente.

domingo, 2 de setembro de 2012

Raciocínio-ilógico-imaginário


Lápis e papel a mão. Havia muito a escrever e pouca coisa que valesse a pena, mas não havia tempo e cada batida do relógio lhe avisava que este estava diminuindo. Empertigou-se em frente a escrivaninha e começou a despejar todas as palavras que lhe parecia fazer sentido, poderia não adiantar muita coisa, mas quem sabe juntas poderia significar algo.                                                                                                                       ...
 Aqui lhe fala uma mente confusa. Já perdi as contas de quantos destes pensamentos me interrogaram,  tenho uma propensão absurda a viver no mundo da lua, ando estado lá cada vez mais, e ultimamente palavras não me tem bastado. Dentro de mim há uma vontade incontrolável de descarregar todas as minhas ideias de alguma maneira sólida, mas temo que não seja suficiente, que sequer seja algo “funcionavel”.
Pode não haver nexo algum nisso tudo, mas pra mim isso já faz algum.
Esta semana algo me desbloqueou, claro que pode ser minha imaginação pregando peças mais uma vez, real ou não, aquilo me fez sentir um ser mais concreto, não apenas uma ilusão de ótica. Faz-me querer parar, procurar por algo inspirador e sonhar mais um pouco. Sei que posso ser boa em juntar palavras em busca de dizer algo, sei também que não sou muito boa em tentar pronuncia-las... e há outra coisa que sei, das poucas que são elas, sei que meu mundo de raciocínios-ilógicos-imaginários é um mundo só meu, portanto vou tentar ponderar meus sonhos “não concretos” e deixá-los em uma listinha intitulada “Coisas a fazer”.       
Dobrou a folha,colocou-a dentro de um envelope,o fechou e endereçou-lhe com a seguinte frase: Ao caminho que lhe quiser tomar.

sábado, 1 de setembro de 2012

Devaneio



E ela começou a pensar se aquilo tudo valia mesmo à pena. Nesse momento, só queria o abraço seguro dele. Não precisava de julgamentos e nem de sugestões, só queria um simples "eu estou com você". Mas as coisas não aconteciam do jeito que queria. 
Ela estava cansada de todas as coisas não ditas, que em alguns casos ficaram subentendidas. Queria se libertar dessa névoa de dúvidas, desse nó na garganta, mas não encontrava forças para isso. Sentia que estava caindo profundamente dentro de si mesma, se aguentando, se reprimindo, para que aqueles que amava não se ferissem. Porém chegou em um momento no seu caminho que ela poderia escolher entre se libertar ou seguir em frente se sacrificando. Primeiramente, ela pensou em fugir e deixar tudo como estava, mas depois pensou e concluiu que ela também precisava viver, ser feliz, só que não sabia se conseguiria retornar de onde ela havia caído. Ela precisaria de ajuda, mas ninguém estava disposto a ajudá-la, todo mundo cobrava um passo, uma movimentação, quando ela se sentia completamente atada. Mas havia um jeito. Ela sentia que ele era o único que poderia ajudá-la, se quisesse. Ele precisava olhar para ela como ninguém jamais olhara e então entenderia. Só que ele havia se trancado dentro de uma prisão de gelo e como uma tartaruga dentro de seu casco, se escondia sempre que sentia medo. Mas ela não queria desistir. E não iria. Sentia que assim como ele, ela poderia ser sua única saída.